Manaus (AM)- Em um episódio que levanta questões sobre a liberdade de expressão e a perseguição política no ambiente acadêmico, um professor do curso de Psicologia foi demitido sem aviso prévio, após manifestar sua posição contrária ao candidato Capitão Alberto Neto (PL), cuja vice é a proprietária da instituição. O docente, que se destacou por seu compromisso com a educação e com os alunos, relatou que sua demissão ocorre em um momento crítico, já que ele estava em processo de avaliações com os estudantes.
O professor, que se identifica como de esquerda, havia apoiado no primeiro turno o candidato Marcelo Ramos, do PT, e declarou que, neste segundo turno, seu apoio recaiu sobre o atual prefeito de Manaus, David Almeida. Ele enfatizou que, diante das opções disponíveis, optou pelo que considera o “menor dos males”. Sua decisão de apoiar Almeida foi baseada em aspectos que considera fundamentais para a cidade.
“Sou um cara de esquerda. Acho uma falta de respeito e bom senso demitir um professor por questão ideológica e não por questão pedagógica. É um desrespeito ainda maior com os alunos que pagam mensalidade para a instituição.”, afirmou o professor, explicando que sempre se posicionou publicamente em relação às suas convicções políticas.
Em sua declaração, o professor expressou preocupação com o impacto que sua demissão pode ter na continuidade dos estudos de seus alunos.
“Estava em processo de prova e não acho de bom senso me demitir agora. Os alunos estão prejudicados”, disse
Ele ressaltou que, em diversas instâncias, essa prática é considerada crime e que o respeito à diversidade de opiniões é essencial para a construção de um ambiente educacional saudável.
O caso levanta um alerta sobre a relação entre política e educação, além de questionar a autonomia das instituições de ensino frente a influências externas. A comunidade acadêmica e os alunos do professor estão se mobilizando para discutir a situação e buscar alternativas que garantam um ambiente de aprendizado livre de repressões ideológicas.