Dando mais um passo importante no enfrentamento às mudanças climáticas, o prefeito de Manaus, David Almeida, inaugurou, nesta quarta-feira (21), a terceira Estação Meteorológica da cidade, no parque municipal do Mindu, localizado no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul. A nova estrutura integra uma rede inédita composta por nove estações meteorológicas que serão instaladas em pontos estratégicos da capital amazonense até o fim de junho.
A ação é coordenada pelo Centro de Cooperação da Cidade (CCC) e pela Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), em parceria com a Defesa Civil de Manaus. A unidade instalada no parque do Mindu será responsável pela coleta e transmissão, em tempo real, de nove variáveis meteorológicas fundamentais: temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, radiação solar, velocidade e direção do vento, umidade e temperatura do solo, além da pluviometria.
Durante a solenidade, o prefeito David Almeida destacou a importância do investimento em tecnologia para prevenção de desastres e resposta rápida a emergências.
“Estamos instalando a terceira estação meteorológica da cidade. Ela não faz previsão do tempo, mas mede eventos climáticos simultâneos e nos fornece informações essenciais, como intensidade das chuvas e níveis de umidade e temperatura. Com esses dados, poderemos antecipar ações, sem depender exclusivamente de chamadas ao 199. Isso é gestão inteligente, baseada em dados que salvam vidas”, afirmou.
Ainda segundo o prefeito, outras duas estações, localizadas nos bairros Santa Etelvina (zona Norte) e Ponta Negra (zona Oeste), já estão prontas para serem ativadas nos próximos dias. A expectativa é que todas as nove estejam em funcionamento até o fim de junho, formando um cinturão de proteção climática em Manaus. “Há um mês e meio não tínhamos nenhuma estação funcionando. Hoje já temos três e, até o final do mês que vem, teremos nove. Isso é resultado do esforço das nossas equipes, que estão comprometidas com o futuro da cidade”, reforçou.
O secretário da Semef, Clécio Freire, ressaltou a importância da tecnologia na formulação de políticas públicas baseadas em evidências. “Com dados confiáveis gerados em tempo real, conseguimos integrar a gestão fiscal, tecnológica e ambiental do município. Essa inteligência nos permitirá tomar decisões mais eficientes, com impacto direto na vida da população”, garantiu.
Já para o superintendente do CCC, Sandro Diz, o monitoramento contínuo e descentralizado fortalece a capacidade da gestão municipal em atuar de forma preventiva. “Estamos construindo uma rede robusta, que permitirá respostas mais ágeis e coordenadas aos eventos extremos. Cada estação instalada representa um ponto de vigilância permanente sobre o clima da nossa cidade”, enfatizou.
O meteorologista da Defesa Civil de Manaus, Guilherme Figliuolo, explicou que as estações foram estrategicamente distribuídas para cobrir todas as regiões da cidade.
“Essa é a estação central da rede. Também temos unidades nas regiões Norte, Noroeste, Nordeste, Oeste, Leste, Sul e Sudeste. Essa descentralização permite um monitoramento preciso e em tempo real, facilitando a atuação preventiva em áreas com maior incidência de chuvas fortes e outros fenômenos climáticos extremos”, pontuou.
Ações estratégicas
Os dados coletados pelas estações serão integrados ao sistema da Semef e transmitidos ao CCC, onde serão analisados e utilizados por diferentes órgãos municipais. Além da Defesa Civil de Manaus, secretarias municipais, como a de Saúde (Semsa), de Infraestrutura (Seminf), de Limpeza Pública (Semulsp) e Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmas), poderão utilizar essas informações para tomar decisões estratégicas em tempo real, desde o controle de vetores até a prevenção de alagamentos e o planejamento urbano.
Com a criação dessa rede de estações meteorológicas, Manaus supera a cobertura atualmente oferecida por órgãos como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), passando a contar com um sistema próprio, moderno e alinhado às diretrizes da Organização Meteorológica Mundial (OMM). A iniciativa integra um conjunto de políticas públicas voltadas à sustentabilidade, incluindo o Plano Municipal de Mudanças Climáticas, o Plano Diretor, o Plano de Saneamento Básico e outros seis instrumentos estratégicos vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).
A nova rede de monitoramento representa um marco para a cidade, que passa a contar com maior capacidade técnica para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e proteger a população de forma mais eficaz e antecipada.
