Rio de Janeiro (RJ)- Uma operação da Delegacia do Consumidor (Decon) para fiscalizar a produção de gelo nas comunidades da Zona Oeste do Rio de Janeiro resultou em uma tragédia. Um policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foi baleado na cabeça durante a ação na Cidade de Deus e, apesar de ter sido encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, não resistiu aos ferimentos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Polícia Civil, o agente foi atingido durante a execução de mandados de busca e apreensão em fábricas e depósitos relacionados à distribuição irregular de gelo. Esse gelo é utilizado por barraqueiros e quiosques nas praias da Barra e do Recreio.
A investigação da Decon teve início em fevereiro, quando uma operação conjunta com a Delegacia do Meio Ambiente (DPMA), a Cedae, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais (SUPCCA) identificou possíveis irregularidades na cadeia de produção e fornecimento de gelo comercializado na orla carioca.
Amostras coletadas em quiosques da Barra e do Recreio revelaram a presença de coliformes fecais no produto, o que levantou sérias preocupações sobre a segurança alimentar.
A Operação
O objetivo da operação realizada nesta segunda-feira era verificar, in loco, as condições de armazenamento do gelo, a origem da água utilizada na sua produção e investigar possíveis crimes ambientais, como ligações clandestinas de energia e consumo irregular de água. A Decon esperava recolher novas amostras para análise pericial e comparar com os laudos anteriores.
A operação foi focada em fábricas clandestinas e depósitos que supostamente produziam gelo contaminado, comercializado sem qualquer controle sanitário e em locais com graves infrações ambientais. A tragédia que resultou do tiroteio destaca a complexidade e os riscos envolvidos nas ações de fiscalização em áreas de vulnerabilidade.