Manaus (AM)- A Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo figuras proeminentes como o ex-presidente Jair Bolsonaro e altos oficiais das Forças Armadas, em um desdobramento significativo das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe.
O indiciamento abrange crimes graves, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, com penas que podem ultrapassar 28 anos de prisão.
Entre os indiciados, destacam-se:
– Jair Messias Bolsonaro – capitão reformado, ex-deputado e ex-presidente
– Walter Souza Braga Netto – ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro em 2022
– General Augusto Heleno Ribeiro Pereira – ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
– Valdemar Costa Neto – ex-deputado e presidente do PL
– Mario Fernandes– general do Exército, preso na Operação Contragolpe
– Mauro Cesar Barbosa Cid– tenente-coronel ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator
Além de Bolsonaro, outros militares de alta patente foram indiciados, incluindo:
– Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha
– Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira– ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército
– Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira-ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército
A investigação revelou um plano elaborado para perpetuar a permanência de Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. As autoridades identificaram a intenção de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Documentos de mais de 800 páginas, que incluem rascunhos de minutas golpistas e um plano de envenenamento, foram enviados ao STF.
O relatório da Polícia Federal categoriza os indiciados em seis núcleos distintos da suposta organização criminosa:
1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
2. Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado
3. Núcleo Jurídico
4. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
5. Núcleo de Inteligência Paralela
6. Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa Bolsonaro, informou que irá se manifestar apenas após ter acesso ao relatório final da PF. Vale ressaltar que, ao ser intimado a depor em fevereiro, o ex-presidente optou pelo silêncio.
A equipe de jornalismo político do PSA Notícias está apurando mais informações sobre o caso.