Piauí- O caso da família envenenada no Piauí ganhou novos desdobramentos com a prisão de Maria dos Aflitos, que confessou ter matado sua vizinha, Maria Jocilene da Silva, usando café envenenado. O crime tinha como objetivo desviar as investigações sobre uma série de envenenamentos que resultaram na morte de sete membros da família de Maria dos Aflitos.
De acordo com as investigações, Maria tentou simular um suicídio da vizinha para transferir a culpa dos envenenamentos anteriores e tentar garantir a libertação do marido, Francisco de Assis Pereira da Costa, que já estava preso sob a acusação de ser o responsável pelas mortes. A perícia revelou a presença do pesticida terbufós no café consumido por Jocilene, o que levou à prisão imediata da suspeita.
As mortes começaram em agosto de 2024, quando os irmãos João Miguel Silva (7 anos) e Ulisses Gabriel Silva (8 anos) adoeceram após ingerirem alimentos contaminados e faleceram meses depois. Na época, Francisco alegou que as crianças tinham comido cajus envenenados por uma vizinha chamada Lucélia Maria da Conceição, que foi presa preventivamente em decorrência dessa acusação.
Em janeiro de 2025, mais cinco membros da família morreram após consumirem um baião de dois preparado na casa do casal. Exames toxicológicos revelaram que o veneno foi adicionado ao alimento na madrugada do Réveillon, quando apenas Maria e Francisco estavam acordados.
Embora inicialmente tenha defendido a inocência do marido, Maria dos Aflitos acabou confessando que Francisco desprezava os filhos e netos e era responsável pelos primeiros envenenamentos. A polícia também encontrou documentos e livros com referências nazistas pertencentes a Francisco, o que reforçou a ideia de sua obsessão por eliminar familiares.
Com a prisão do casal, a Polícia Civil concluiu que os envenenamentos foram premeditados e meticulosamente executados. Ambos responderão pelas mortes de oito pessoas e pelas tentativas de incriminar terceiros em um caso que chocou a comunidade local.
