TEXTO : Kaynã Nascimento
EDITORIAL| O lançamento do álbum “Man’s Best Friend” na última sexta-feira (29), marca um novo capítulo decisivo na carreira de Sabrina Carpenter. Mais do que uma simples evolução, o projeto representa a consolidação artística da cantora e atriz em um território pop mais ousado e conceitualmente definido.
O disco surge em um momento de significativa mudança no panorama musical, onde a expressão feminina explora temas de autonomia, desejo e crítica relacionada com uma franqueza que se tornou cada vez mais central no mainstream. Carpenter, com letras assertivas que abordam desde a dinâmica dos relacionamentos até a frustração com a imaturidade masculina abordada em “Manchild”, posiciona-se dentro dessa tendência de artistas que comunicam suas perspectivas com um novo nível de transparência.
Paralelamente, “MBF” é um exemplo notável de uma tendência estética mais ampla: a assimilação de elementos country pelo pop. Esse movimento, que ganhou um impulso significativo após o aclamado “Cowboy Carter” de Beyoncé, é adotado por “Ipanema Brina” de forma orgânica.
A diva não se limita a um único gênero, e por isso mescla com maestria a sonoridade country com batidas disco e synth-pop anos 80, criando uma identidade sonora retro, porém fresca. Tal escolha não parece nada casual, mas sim um alinhamento com um ponto que valoriza essa fusão de influências nostálgicas.

Sob a produção de Jack Antonoff, que parece ser sinônimo de sucesso crítico e comercial na indústria, mesmo com críticas negativas dos fãs de Taylor e Sabrina, o álbum é polido e ambicioso. Antonoff revelou que este trabalho é apenas o início da colaboração, indicando que a artista ainda deve explorar mais esse novo direcionamento.

Em termos de potencial comercial, o álbum apresenta fortes candidatos a single. Canções como “Manchild“, pela sua temática palpável e melodia cativante; “Go Go Juice“, uma faixa de energia inegável; e a balada “Tears“, possuem todos os ingredientes para se tornarem alguns dos hits mais marcantes do ano.
O projeto irá solidificar Sabrina Carpenter, por completo, a carreira da ex-disney que já conta com mais de 63 milhões de ouvintes mensais no Spotify e um histórico de streams bilionários, não apenas como uma estrela pop em ascensão, mas como uma artista esperta, capaz de navegar e incorporar tendências contemporâneas para entregar um trabalho que é, ao mesmo tempo, pessoal e comercialmente ressonante.
Nota: 9,0
Explicação: A canção “Don’t Worry I’ll Make You Worry” não me cativou tanto quanto as demais faixas do álbum, ela me soa como uma tentativa de ser a nova “Don’t Smile”, do álbum Short ‘N’ Sweet, e por essa razão na MINHA PERSPECTIVA, o álbum fica com a nota 9/10.