O papa Leão XIV canonizou Carlo Acutis, reconhecido como o primeiro santo da geração millennial, em cerimônia no Vaticano neste domingo (7).
O pontífice, eleito em maio, conduziu sua primeira cerimônia de santificação diante de mais de 80 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro, segundo estimativas do Vaticano.
Com a canonização, Acutis passa a ser chamado de santo. Para a Igreja Católica, a canonização significa reconhecer que a pessoa viveu em santidade e está no céu.
“Todos vocês, todos nós juntos, somos chamados a ser santos”, afirmou o papa durante a missa. Ele disse que este é “um convite para todos nós, especialmente para os jovens, a não desperdiçar nossas vidas, mas a direcioná-las para o alto e transformá-las em obras-primas”.
Na mesma celebração, Leão XIV canonizou Pier Giorgio Frassati, jovem italiano que morreu de poliomielite na década de 1920 e ficou conhecido por ajudar os mais necessitados.
Na abertura do evento, o pontífice destacou Acutis e Frassati como exemplos de santidade e solidariedade.
“Carlo… gostava de dizer que o céu sempre nos esperou, e que amar o amanhã é dar o melhor de nós hoje”, disse Leão XIV.
O Vaticano informou que 36 cardeais, 270 bispos e centenas de padres se inscreveram para celebrar a missa ao lado do papa, evidenciando o apelo dos novos santos entre a hierarquia católica e os fiéis.
Conhecido como padroeiro da internet, Acutis ganhou fama ao usar suas habilidades em computação para evangelizar online. Ele aprendeu programação para criar sites e difundir a fé católica, tornando-se inspiração principalmente para os jovens da Igreja.
Acutis morreu em 12 de outubro de 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia. O Vaticano o beatificou em 2020, após reconhecer seu primeiro milagre: a cura de uma criança brasileira em Campo Grande (MS), em 2010, depois de tocar em uma relíquia do jovem.
Quem foi Carlo Acutis
Nascido em Londres e criado em Milão, Carlo Acutis se tornou católico ainda criança e devoto da Virgem Maria.
“Desde pequeno, sobretudo depois da primeira comunhão, nunca faltou ao encontro diário com a Santa Missa e o Rosário, seguidos de um momento de adoração eucarística”, relatou a mãe, Antonia Acutis, à agência de notícias católica ACI.
Além da vida religiosa, Carlo se interessava por computadores e tinha conhecimentos avançados em ciência da computação.
“Este rapaz foi realmente genial e muitos aspectos da sua vida representam para nós um incentivo”, disse Dom Domenico Sorrentino, bispo de Assis, ao portal do Vaticano.
No Brasil, a devoção se intensificou após a morte de Acutis. O padre Marcelo Tenório, da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande, passou a celebrar anualmente a missa de Nossa Senhora Aparecida exibindo uma roupa com sangue do beato.
Em 2010, durante uma dessas celebrações, um avô levou o neto gravemente doente até a paróquia. A família relatou que o menino foi curado após tocar a vestimenta.
“A criança, me lembro bem, estava raquítica e tinha problemas de pâncreas anular. Ela não comia nada, não ingeria nem sólido, nem líquido, e teve a cura logo depois”, disse o padre Marcelo.