Manaus (AM)- Nesta quinta-feira (17), um áudio atribuído ao advogado Dr. Lúcio, amigo do advogado Dr. Charles Garcia, ganhou destaque ao tentar marcar uma conversa com a vítima de um suposto estupro, Marcela Nascimento. Na gravação, Lúcio sugere que a conversa seria para “resolver isso da maneira, como diz o caboclo, ‘menos pior possível’”.
Durante a conversa, Dr. Lúcio alerta Marcela sobre os problemas que ela poderia enfrentar com a situação e se coloca à disposição para ajudá-la, propondo um encontro para discutir o caso. Ele enfatiza a necessidade de amenizar a situação, afirmando:
“Não fica se martirizando com isso não”. Essa abordagem levanta preocupações sobre a tentativa de silenciar a vítima.
Marcela, por sua vez, revelou no áudio que se sente perdida e chegou a considerar o suicídio após o suposto estupro, que ocorreu no dia 7 de abril, no escritório de Garcia. Ela relata que, ao tentar se jogar de uma ponte, estava em um estado emocional devastador devido ao ocorrido.
No dia anterior, 16 de abril, Marcela compareceu ao 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP) em Manaus, acompanhada de sua advogada, Adriane Magalhães. O objetivo da visita foi reforçar a denúncia contra Dr. Charles Garcia, que enfrenta acusações de estupro, além de responder a uma alegação de tentativa de extorsão por parte do advogado.
Segundo o relato de Marcela, ela trabalhou por onze meses no escritório de Garcia e sofreu constantes constrangimentos, incluindo xingamentos. O ambiente de trabalho é descrito como hostil, o que a deixou em um estado constante de insegurança e medo.
Ela narra que, ao entrar na sala de Garcia para entregar um copo de suco, o encontrou despido e assistindo a vídeos pornográficos. Segundo seu depoimento, foi coagida a se ajoelhar e praticar sexo oral, com o advogado ejaculando em seu rosto e ordenando que ela lavasse o rosto imediatamente para evitar suspeitas.
Ouça o áudio vazado:
Marcela revela que os assédios começaram em fevereiro do ano passado, quando a esposa do advogado se afastou do escritório por motivos de saúde. Atualmente, a vítima se encontra em um estado de depressão e teme por sua segurança, solicitando medidas protetivas.
Enquanto isso, Dr. Charles Garcia nega todas as acusações e afirma estar sendo alvo de uma tentativa de extorsão. O desenrolar desse caso levanta importantes questões sobre assédio e a proteção das vítimas no ambiente de trabalho.