Faixa de Gaza (FGZ)- O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, está a caminho do Brasil, após ser preso em Israel enquanto tentava levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Segundo informações da organização Freedom Flotilla, ele deve chegar ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta sexta-feira (13), às 05h25.
Thiago está há quatro dias em greve de fome em protesto contra sua detenção, que ele considera um sequestro, já que ocorreu em águas internacionais. O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil trata o caso como um crime de guerra. O Itamaraty, que acompanha a situação, afirma que houve violação do direito internacional e pede a libertação do ativista.
Na última terça-feira (11), Thiago foi enviado para uma cela solitária como punição pela greve de fome, de acordo com os advogados que o representam. Sua família no Brasil não teve contato com ele desde a última segunda-feira (9), quando o grupo de ativistas foi interceptado pelas forças israelenses.
Além de Thiago, Israel mantém na cadeia de Givon dois ativistas franceses, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, que também devem ser deportados nesta sexta-feira, segundo a organização Adalah.
Dos 12 ativistas detidos, oito se negaram a assinar um documento que reconhecia a tentativa de entrada ilegal no país, como exigido pelas autoridades israelenses. Essa recusa impediu a deportação imediata desses indivíduos. A Flotilha informou que a ambientalista Greta Thunberg e outros três ativistas concordaram em assinar o documento, permitindo que, ao retornarem aos seus países, pudessem denunciar a situação.
O grupo de ativistas da Flotilha da Liberdade tentou desembarcar em Gaza na última segunda-feira com o objetivo de levar alimentos e remédios à população palestina, além de denunciar o cerco de Israel e abrir um corredor humanitário para a região. Atualmente, cerca de 2 milhões de palestinos enfrentam mais de três meses de bloqueio israelense, que limita a entrada de suprimentos, permitindo apenas que uma empresa americana forneça alimentos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condena o bloqueio e alerta que 6 mil caminhões com ajuda humanitária estão na fronteira com o Egito, aguardando para entrar em Gaza. Os centros de distribuição controlados por Israel são considerados insuficientes, e durante as entregas, ocorrem frequentes assassinatos de palestinos.