Pará- A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28/12) a operação Cobiça, focada no combate a crimes ambientais na região do Tapajós, no oeste do Pará. A ação envolve o cumprimento de 21 mandados de busca, 4 de prisão, além do sequestro de bens e afastamento de funções públicas. A suspeita é que servidores públicos participam de organização criminosa na cadeia produtiva do ouro ilegalmente.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades Santarém, Itaituba, Altamira, Rio de Janeiro e Goiânia. Foram presos preventivamente dois servidores públicos e dois empresários, e apreendidos ao menos oito carros de luxo, celulares, joias e quantidade ainda não contabilizada de ouro e dinheiro.
A investigação apontou que os servidores públicos investigados receberam, durante meses sucessivos, pagamentos de empresas e outras pessoas investigadas pela comercialização de ouro de terras indígenas e de área de reserva legal. O dinheiro seria para que os servidores públicos facilitassem ou não reprimissem os crimes ambientais cometidos pelas empresas, além de atuarem na logística e segurança do ouro ilegal.
Há fortes indícios de que o ouro comercializado pela organização criminosa provém de garimpos localizados no interior e região de entorno da Terra Indígena Munduruku. Essa é uma das terras indígenas mais devastadas pelo crime e que está, no momento, em processo de desintrusão em grande operação, também com participação da Polícia Federal.
Um dos investigados teria recebido R$ 4 mil por mês, como parte da organização criminosa, para não embaraçar o negócio ilegal; outros dividiam R$ 10 mil mensais, com a função de estar à disposição das empresas, inclusive em horários de expediente e usando carro e outros materiais de trabalho institucionais.