Montanha (ES)- O auxiliar de serviços gerais, Ítalo Santana Porto, de 32 anos, foi preso no Hospital Maternidade Nossa Senhora Aparecida, em Montanha, Espírito Santo. A detenção ocorreu após o cumprimento de um mandado de prisão em aberto por violência psicológica, estupro e tentativa de homicídio, expedido pela Vara Única de Montanha.
Detalhes sobre quando os crimes ocorreram não foram divulgados, mas o mandado foi expedido na última sexta-feira, dia 22 de novembro. A prisão foi realizada após a Polícia Militar abordar um motoqueiro trafegando sem placa no Centro de Montanha, onde descobriram o mandado de prisão contra Ítalo.
Após a abordagem, Ítalo foi levado à 17ª Delegacia Regional. Além do mandado, sua Carteira Nacional de Habilitação estava vencida, o que resultou em uma multa e no guinchamento de sua moto. Posteriormente, ele foi autuado em flagrante por adulteração veicular e o mandado de prisão foi cumprido.
O Hospital Maternidade Nossa Senhora Aparecida, onde Ítalo trabalhava, contestou a versão da Polícia Militar, afirmando que a prisão foi realizada de forma ostensiva dentro do hospital enquanto ele acompanhava um familiar internado. A instituição afirmou que estava ciente das acusações, mas não encontrou evidências de irregularidades em sua apuração interna.
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) informou que o caso está sob investigação e tramita em segredo de Justiça, impossibilitando a divulgação de mais informações no momento. A defesa de Ítalo, representada pelo advogado do hospital, reiterou a posição da instituição sobre a detenção.
Em nota, o hospital expressou surpresa com a ação policial e questionou a necessidade de realizar a prisão em um ambiente sensível como o hospitalar, argumentando que a ordem poderia ter sido cumprida em outro local e horário. A direção do hospital reafirmou seu compromisso com o direito à defesa e a imparcialidade na investigação.
Confira a nota:
O Hospital Maternidade Nossa Senhora Aparecida de Montanha, informa, por meio deste, que recebeu com surpresa a ação da Polícia Militar nesta segunda-feira (25), que culminou na prisão de um de seus colaboradores. A detenção foi realizada de forma ostensiva dentro do hospital, onde o investigado acompanhava um familiar internado.
Esclarecemos que já tínhamos ciência das imputações feitas ao colaborador e, em apuração interna, não foram identificados, até o momento, indícios de autoria ou materialidade de qualquer irregularidade. No dia 18 de setembro, a Direção do hospital, prezando pela imparcialidade na investigação e para preservar o andamento das apurações administrativas, decidiu afastar o servidor até a conclusão da sindicância aberta.
Ressaltamos que vivemos em um Estado Democrático de Direito, onde o direito à ampla defesa e ao contraditório deve nortear qualquer ato investigativo. O desejo de acusar não pode se sobrepor ao direito de defesa.
Diante disso, o Hospital repudia veementemente a ação policial em suas dependências, considerando que a ordem de prisão poderia ter sido cumprida em outro horário e local, sem comprometer o ambiente hospitalar. Acreditamos que a operação, evidentemente política e direcionada, fugiu de seu objetivo ao apelar ao espetáculo.