O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte (MG), o programa Gás do Povo, que vai oferecer botijões de gás de cozinha gratuitamente para famílias de baixa renda em todo o Brasil. No estado do Amazonas, 546.350 famílias serão beneficiadas.
A meta do Governo Federal é atingir 100% do público-alvo até março de 2026, alcançando 15,5 milhões de famílias e impactando positivamente cerca de 50 milhões de pessoas em todo o país.
O presidente Lula destacou que o programa é essencial para reduzir desigualdades sociais e garantir dignidade às famílias de baixa renda.
“Nós estamos assumindo a responsabilidade de que uma pessoa não pode gastar 10% do salário mínimo para comprar gás. A gente vai arcar com a responsabilidade de fazer com que as pessoas mais pobres possam receber o gás de graça”, afirmou Lula.
Gás de cozinha como item essencial
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o programa garante mais do que o acesso ao gás: ele representa um avanço na promoção da saúde, bem-estar social e segurança alimentar.
“O Gás do Povo combate a pobreza energética, garante alívio no orçamento das famílias que mais precisam e ainda protege a saúde, principalmente de mulheres e crianças, que utilizam a lenha, álcool e outros materiais inflamáveis e tóxicos”, disse o ministro.
Distribuição regional do benefício
A Região Nordeste será a mais beneficiada, com mais de 7,1 milhões de famílias atendidas. Em seguida estão:
- Sudeste: 4,4 milhões de famílias
- Norte: 2,1 milhões
- Sul: 1,1 milhão
- Centro-Oeste: 889 mil
Entre os estados, oito ultrapassam 1 milhão de famílias beneficiadas:
- Pará (1,11 milhão)
- Maranhão (1,01 milhão)
- Ceará (1,13 milhão)
- Pernambuco (1,14 milhão)
- Bahia (1,84 milhão)
- Rio de Janeiro (1,12 milhão)
- Minas Gerais (1,20 milhão)
- São Paulo (1,87 milhão)
Transição do Auxílio Gás para o Gás do Povo
Em 2025, o Governo Federal inicia a transição do atual Auxílio Gás, que atende pouco mais de 5,13 milhões de famílias, para o novo modelo do Gás do Povo.
A principal mudança é que o governo deixará de fazer repasses em dinheiro, passando a entregar diretamente os botijões aos beneficiários. A estimativa é de que, a partir de março de 2026, 65 milhões de botijões sejam distribuídos anualmente.
Para isso, o governo investirá:
- R$ 3,57 milhões em 2025
- R$ 5,1 bilhões em 2026
Quem tem direito ao Gás do Povo?
Terão direito ao benefício as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759). A prioridade será para quem já recebe o Bolsa Família.
A quantidade de botijões por ano varia conforme o número de pessoas na família:
- 2 pessoas: até 3 botijões
- 3 pessoas: até 4 botijões
- 4 ou mais: até 6 botijões
Como acessar o benefício
O acesso ao Gás do Povo será simples e direto. O beneficiário irá até uma revenda credenciada, próxima da sua residência, e retirará o botijão sem custo, mediante validação eletrônica com um vale digital.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) será o responsável por gerir o programa, assim como faz com o Bolsa Família.
Com o programa, o governo pretende reduzir a dependência da lenha, usada por 12,7 milhões de famílias segundo o IBGE (2022). Destas, cerca de 5 milhões são de baixa renda.
A queima de lenha está ligada a:
- Doenças respiratórias em crianças e mulheres
- Poluição doméstica acima dos limites da OMS
- Tempo gasto na coleta de lenha: até 18 horas semanais
- Redução do tempo escolar e estudo de crianças
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que o GLP (gás de cozinha) já está presente em 91% dos domicílios brasileiros, reforçando a viabilidade da distribuição nacional.