Brasil (BR)- O implante contraceptivo, conhecido como Implanon, será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde anunciou que essa opção é vantajosa em relação a outros métodos contraceptivos, devido à sua longa duração e alta eficácia. O Implanon pode atuar no organismo por até três anos, proporcionando uma solução prática para o planejamento familiar.
A decisão de incorporar o Implanon ao SUS foi comunicada durante uma reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), realizada na tarde da última quarta-feira (02). A portaria que oficializa essa incorporação deve ser publicada nos próximos dias. Após a publicação, as áreas técnicas do ministério terão um prazo de 180 dias para efetivar a oferta do método, o que inclui atualização de diretrizes, aquisição e distribuição do insumo, além da capacitação de profissionais.
A previsão é que o Implanon esteja disponível nas unidades básicas de saúde (UBS) a partir do segundo semestre deste ano. O ministério planeja distribuir 1,8 milhão de dispositivos, sendo 500 mil ainda em 2023, com um investimento de aproximadamente R$ 245 milhões. Atualmente, o custo por unidade do produto varia entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
O acesso a métodos contraceptivos, como o Implanon, é fundamental não apenas para prevenir gravidezes não planejadas, mas também para reduzir a mortalidade materna. O ministério destacou que essa iniciativa está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que visam reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50% a mortalidade entre mulheres negras até 2027.
O Implanon é um método subdérmico de longa duração e alta eficácia, que não requer intervenções durante seu período de atuação. Após três anos, o implante deve ser retirado, e, se desejado, um novo pode ser inserido imediatamente. A inserção e a remoção do dispositivo devem ser realizadas por profissionais qualificados, e o ministério planeja implementar estratégias de formação teórica e prática para esses profissionais.
Atualmente, entre os contraceptivos oferecidos pelo SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como Larc (contraceptivos reversíveis de longa duração). Esses métodos são considerados mais eficazes no planejamento reprodutivo, pois não dependem do uso contínuo ou correto por parte da usuária, ao contrário dos anticoncepcionais orais ou injetáveis.
Além do Implanon e do DIU de cobre, os métodos contraceptivos disponíveis pelo SUS incluem preservativos externo e interno, anticoncepcional oral combinado, pílula oral de progestagênio, injetáveis hormonais mensal e trimestral, laqueadura tubária bilateral e vasectomia.
Vale destacar que, entre todos os métodos contraceptivos, apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).