Gaza (GZH)– O número de palestinos mortos enquanto buscavam ajuda humanitária em pontos de distribuição controlados por Israel subiu para 516 nesta terça-feira (24), segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Os ataques ocorrem desde que a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos, passou a operar na região há cerca de um mês.
Nesta manhã, mais um massacre deixou 50 mortos. O Hamas classificou os episódios como “crimes hediondos”, acusando Israel de atrair civis famintos para “emboscadas”. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram multidões sendo atingidas por tiros enquanto corriam em direção aos caminhões de comida.
Israel alega que os disparos ocorrem quando “suspeitos” se aproximam de soldados. No entanto, a ONU e ONGs locais confirmam as mortes e denunciam um padrão de violência. Philippe Lazzarini, chefe da Agência de Refugiados Palestinos (UNRWA), chamou os pontos de distribuição da GHF de “armadilha mortal”.
Jonathan Whittall, da ONU, relatou que civis são mortos quase diariamente enquanto aguardam comida.
“Há poucos dias, mais de 60 pessoas foram mortas quando um tanque israelense atirou contra uma multidão”, disse.
Fome e desnutrição atingem população civil
A UNRWA alerta que a ajuda distribuída pela GHF é insuficiente para os 2 milhões de palestinos em Gaza. Crianças são as mais afetadas: em maio, mais de 5 mil foram tratadas por desnutrição aguda, um aumento de 50% em relação a abril.
Lazzarini acusou Israel de minar a viabilidade do Estado palestino, destruindo infraestruturas e alterando a demografia local. Enquanto isso, 6 mil caminhões com ajuda humanitária estão retidos na fronteira, sem permissão para entrar. Israel afirma que a ajuda seria desviada para o Hamas.
Contexto do conflito
A crise atual começou em outubro de 2023, após um ataque do Hamas a Israel, que deixou 1,2 mil mortos. Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva devastadora em Gaza, deslocando 90% da população e destruindo a infraestrutura local. Ações classificadas por vários países como genocídio.
O governo Netanyahu defende a ocupação permanente de Gaza e a emigração palestina, alegando que o objetivo é resgatar reféns e eliminar o Hamas. Enquanto isso, a comunidade internacional pressiona por um cessar-fogo e acesso humanitário imediato.
(Com informações de agências internacionais e ONU)