Brasil (BR)- A audiência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Câmara dos Deputados, que discutia as medidas de compensação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), foi encerrada de forma prematura após quase três horas de duração. A sessão, realizada de maneira conjunta pelas Comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira, foi marcada por tensões entre parlamentares da oposição e o ministro.
Durante a segunda rodada de perguntas, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) criticaram o governo, alegando que as medidas recentes não seriam suficientes para cobrir o déficit nas contas públicas.
No entanto, antes que Haddad pudesse responder, os deputados se retiraram da audiência. Em sua fala, o ministro chamou a atitude de “molecagem” e lamentou a falta de diálogo.
Haddad expressou sua frustração ao afirmar:
“Agora aparecem dois deputados, fazem as perguntas e correm do debate. Nikolas sumiu, veio aqui só para aparecer.” Ele criticou a falta de disposição para um debate sério, enfatizando que tais comportamentos não são benéficos para a democracia.
A situação se intensificou quando Carlos Jordy retornou ao plenário durante a terceira rodada de perguntas e pediu um direito de resposta. Em tom agressivo, ele rebateu Haddad, chamando-o de “moleque” por aceitar um cargo de grande importância com apenas dois meses de faculdade de economia. A troca de farpas gerou um bate-boca entre os deputados, culminando no encerramento da audiência pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que não conseguiu restabelecer a ordem.
Em meio à confusão, Haddad tentou defender as contas públicas do governo, ressaltando que o superávit primário de R$ 54,1 bilhões em 2022, último ano da gestão Jair Bolsonaro, foi alcançado à custa de atrasos no pagamento de precatórios e da privatização da Eletrobras a um preço abaixo do mercado. O ministro ainda mencionou um prejuízo de cerca de R$ 30 bilhões relacionado ao ICMS e destacou o pagamento recorde de dividendos da Petrobras ao Tesouro Nacional.
