Estados Unidos (EUA)- Nesta última quarta-feira (04), os Estados Unidos vetaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que pedia um “cessar-fogo imediato, incondicional e permanente” entre Israel e os militantes do Hamas em Gaza. O texto também estabelecia a necessidade de acesso irrestrito à ajuda humanitária no enclave, que enfrenta uma grave crise.
Os outros 14 países do conselho votaram a favor da minuta, ressaltando que a população de Gaza, composta por mais de 2 milhões de pessoas, está em situação crítica. A ajuda humanitária começou a chegar ao local após Israel suspender um bloqueio que durou 11 semanas no mês passado.
“Os Estados Unidos foram claros: não apoiaríamos nenhuma medida que não condenasse o Hamas e não exigisse que o grupo islâmico se desarmasse e saísse de Gaza”, declarou Dorothy Shea, embaixadora interina dos EUA na ONU, antes da votação. Ela argumentou que o veto também prejudicaria os esforços dos EUA para mediar um cessar-fogo.
Os EUA são conhecidos como o maior aliado e fornecedor de armas de Israel. A votação aconteceu em um momento delicado, com Israel intensificando sua ofensiva em Gaza, após o fim de uma trégua de dois meses em março. Autoridades de saúde em Gaza relataram que os ataques israelenses resultaram na morte de 45 pessoas nessa quarta-feira, enquanto Israel informou a morte de um soldado durante os combates.
A embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, criticou as decisões do governo israelense de expandir as operações militares em Gaza e de restringir severamente a ajuda humanitária, classificando-as como “injustificáveis, desproporcionais e contraproducentes”.
Israel, por sua vez, rejeitou os pedidos de um cessar-fogo incondicional ou permanente, afirmando que o Hamas não pode permanecer em Gaza.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse aos membros do conselho que votaram a favor do projeto: “Vocês escolheram o apaziguamento e a submissão. Escolheram um caminho que não leva à paz. Apenas a mais terror.”
O Hamas condenou o veto dos EUA, descrevendo-o como uma demonstração da “preferência cega da administração dos EUA” por Israel. O projeto de resolução também pedia a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos.