Estados Unidos (EUA)- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu nesta quarta-feira (14) com o presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa (também conhecido como al-Jolani), em Riad, capital da Arábia Saudita. O encontro marca a primeira reunião entre líderes dos dois países em 25 anos e simboliza uma reviravolta nas relações diplomáticas entre Washington e Damasco.
A reunião ocorreu um dia após Trump anunciar oficialmente o fim das sanções econômicas impostas à Síria, em vigor desde o início da guerra civil que derrubou o regime de Bashar al-Assad. A decisão foi tomada após conversas com líderes regionais, como o príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Salman e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
“Depois de discutir a situação na Síria com líderes importantes da região, decidi ordenar o fim das sanções para dar uma nova chance ao país”, declarou Trump durante evento com investidores na Arábia Saudita.
O atual presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, liderou o grupo insurgente Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), que teve ligações com a Al-Qaeda e o Estado Islâmico. Nos últimos anos, porém, al-Sharaa adotou uma postura mais moderada, o que abriu espaço para sua ascensão ao poder após a queda de Assad.
Durante o encontro, Trump reafirmou a suspensão das chamadas Medidas Coercitivas Unilaterais (MCU) contra a Síria. Segundo o Ministério das Relações Exteriores sírio, os dois presidentes também discutiram formas de cooperação no combate ao terrorismo e à presença de grupos armados que ameaçam a estabilidade regional.
A Síria enfrentava duras restrições econômicas, incluindo o bloqueio ao sistema internacional de pagamentos (Swift). De acordo com a ONU, cerca de 90% da população síria vive abaixo da linha da pobreza.
O presidente da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria, Paulo Sérgio Pinheiro, afirmou que o fim das sanções é fundamental para a reconstrução do país.
“É impossível atrair investimentos ou abrir negócios com as sanções em vigor”, declarou.
A suspensão das sanções foi comemorada por diversos países da região, incluindo Arábia Saudita, Kuwait, Catar e Emirados Árabes Unidos, além da própria ONU. Na Síria, a decisão provocou manifestações populares de apoio.
O ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan, afirmou que a Arábia Saudita está trabalhando em conjunto com os EUA para implementar os processos formais de suspensão e espera que os países europeus sigam o mesmo caminho.
Já o chanceler sírio, Asaad al-Shaibani, agradeceu os esforços sauditas e classificou a medida como uma “vitória da justiça” e um marco para a unidade árabe. Para ele, a decisão abre espaço para um novo capítulo na história do país.