Khan Yunis (KHY)- Na madrugada desta segunda-feira (7), Dia dos Jornalistas, as Forças de Defesa de Israel (FDI) bombardearam uma tenda que abrigava jornalistas em frente ao Hospital Nasser, localizado em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
O ataque resultou na morte de um jornalista e de um civil, além de deixar nove jornalistas gravemente feridos, conforme informações do Sindicato de Jornalistas Palestinos.
Desde o início do conflito, mais de 200 jornalistas já foram assassinados por Israel em Gaza, um fato que tem gerado preocupações entre grupos de defesa da liberdade de expressão, que denunciam uma estratégia de “apagão da mídia” em meio à guerra.
As FDI, por sua vez, alegaram que um dos jornalistas feridos, identificado como Hassan Abdel Fattah Mohammed Aslih, estaria vinculado à Brigada do Hamas em Khan Yunis. O Exército israelense afirmou que o jornalista operava sob o disfarce de um profissional da imprensa e não apresentou provas concretas para sustentar suas alegações.
“O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou fortemente, nos termos mais severos, esse massacre terrível, que custou a vida do jornalista Helmi Al-Faqaawi (Palestine Today TV), como resultado do bombardeio da tenda que pegou fogo”, disse a entidade de classe.
Essa narrativa de associar jornalistas ao Hamas já foi utilizada anteriormente, como no caso do profissional Hossam Shabat, de 23 anos, da TV Al-Jazeera, que foi morto em um ataque de drone. Organizações como Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) têm questionado a veracidade dessas alegações, caracterizando-as como “frágeis” e desprovidas de evidências claras.
Desde que Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza em 18 de março, após um período de relativa trégua, já foram registradas 1,3 mil mortes, além de 3,4 mil feridos entre a população local. Entre as vítimas, 505 crianças foram assassinadas e mais de 1,2 mil ficaram feridas nos últimos 20 dias, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave palestino.
O cenário continua alarmante, com apelos internacionais por justiça e proteção aos profissionais de mídia que trabalham em zonas de conflito.